Estudo busca reduzir taxas de prematuridade no Brasil
A prematuridade atinge 15 milhões de crianças todos os anos ao redor do mundo. No Brasil, 340 mil bebês nascem prematuros todo ano, o equivalente a 931 por dia ou a 6 prematuros a cada 10 minutos. Mais de 12% dos nascimentos no país acontecem antes da gestação completar 37 semanas, o dobro do índice de países europeus. Os problemas da prematuridade vão além do baixo peso, um prematuro precisa de cuidados especiais na UTI, o que aumenta em três vezes o risco de morte e sequelas futuras para sua vida adulta. “Com o objetivo de diminuir as taxas de parto prematuro, gestantes de todo o Brasil entre a 18ª e a 23ª semana já podem contar com um exame gratuito de ultrassom para detectar ao menos um desses riscos: o encurtamento do colo de útero. Este exame é um ultrassom transvaginal que mede o colo do útero e identifica alterações que podem levar a um parto prematuro”, explicou Fernando Maia, gerente da Medicina Fetal do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) e pesquisador responsável no IFF. O ultrassom leva cerca de cinco minutos e a gestante recebe o resultado na hora. Se nenhuma alteração for identificada, ela é aconselhada a seguir com seu pré-natal regular, se o encurtamento do colo do útero for detectado, a gestante receberá acompanhamento especial para evitar o trabalho de parto prematuro. “Serão fornecidas cápsulas de progesterona, um hormônio que a mulher já produz naturalmente, ou um anel de silicone para fechar o colo e diminuir a possibilidade de um nascimento antes da hora. Ambos são inseridos na vagina até o final da gestação. As participantes receberão acompanhamento regular da equipe até o parto”, elucidou médico. A iniciativa faz parte de uma pesquisa científica liderada pela Unicamp, que tem como seu pesquisador principal Rodolfo Pacagnella, chamada de “Progesterona e Pessário cervical para Prevenir Parto Prematuro ou Estudo P5”, que pretende entender as melhores formas de se evitar o nascimento prematuro no Brasil e no mundo. “Além de evitar o nascimento prematuro do bebê, as gestantes participantes contribuirão com a pesquisa científica que pretende prevenir o problema no país”, esclareceu Fernando Maia. O estudo terá duração de dois anos e espera beneficiar 30 mil mulheres em todo o país.