Exploração Sexual: jogo fora da lei
Entre o rio Negro, na Amazônia, e as praias cearenses, uma multidão de meninas e meninos – a maioria em situação de pobreza – está vulnerável a uma das violências mais condenadas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): a exploração sexual. A psicóloga Vanuza Siqueira foi explorada pelo padastro ainda criança. Hoje, trabalha em abrigo de crianças e adolescentes vítimas da mesma violência. Com a Copa, o cenário se desloca da orla e das palafitas para as obras dos estádios. Conselheiros tutelares estão pessimistas: “Você já vê camisetas vendidas na internet, inclusive em outro país, que o símbolo do coração subliminarmente parece uma bunda”, diz Ítalo Mendes da Silva, conselheiro tutelar em Manaus (AM). Os moradores das comunidades ribeirinhas amazonenses e da periferia do Ceará se ressentem dos gastos na construção de estádios e infraestrutura para os jogos e zero de investimento em saneamento básico e melhorias em comunidades pobres. O Caminhos da Reportagem ouviu meninas que começaram a ser exploradas aos 7 anos, e registrou a exposição de adolescentes nas ruas de Manaus e Ceará. O roteiro desse programa ganhou "Menção Honrosa" no VII Concurso Tim Lopes de Jornalismo Investigativo 2013.