Exploração sexual no futebol de base do Amazonas é denunciada por jovens jogadores
Um campo de várzea e um sonho tão distante que, por vezes, parece inatingível: brilhar no milionário mundo do futebol. Dez em cada dez meninos que frequentam as categorias de base do futebol de Manaus (AM) projetam um futuro assim. No dia a dia da base, porém, não existe o glamour típico das estrelas do rico mundo da bola. Também não existem arquibancadas ou torcida organizada. O tapete verde dá lugar ao chão de terra batida. Os pés dos futuros astros não calçam chuteiras de ponta. Isso é luxo para pés acostumados a jogar na terra ou no asfalto. Só que antes de realizar esse verdadeiro "conto de fadas" tipicamente brasileiro, crianças e adolescentes que frequentam as divisões de base da capital amazonense precisam driblar um adversário covarde, implacável e desleal: a exploração sexual. O alerta sobre o assunto foi dado pela primeira vez, no ano passado, em tom de desabafo, pelo ex-lateral direito Antonio Piola, no lançamento do documentário Rio-Nal: 100 anos de paixão. Na ocasião, o eterno ídolo do Fast Clube culpou o aliciamento que acontece nas categorias de base pelo fracasso do futebol profissional do Estado.