Gays com filhos adotados assumem ‘papel cerebral’ de mãe e pai, diz estudo

Veículo: O Globo - RJ
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As madrugadas de Edilson Gondra, de 45 anos, e Bruno Elias, de 30, mudaram há quatro meses. Desde a adoção de Caíque, de 6 anos, o sono do casal passou a ser leve. Às vezes, eles acordam apenas para checar se tudo está bem com menino. “É um vínculo muito forte. Viramos pais mesmo. Nossa rotina hoje é pensar nele”, conta Gondra, servidor público federal. A mudança de comportamento do casal, que já está em processo para adotar um segundo menino, de 5 anos, confirma o resultado de um estudo publicado na semana passada pela revista "PNAS" da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos. Pesquisadores concluíram que a adoção de um bebê por um casal de homens gays gera adaptações cerebrais, levando-os ambos a assumir papéis de pai e mãe. A pesquisa concluiu que, assim como mulheres após a maternidade, dois homens que se ligam a uma criança têm ajustes nas atividades cerebrais. Os cientistas observaram, no total, 89 novos mães e pais cuidando de seus bebês. As vinte mães acompanhadas mostraram atividade aumentada nas regiões do cérebro que processam emoções. Os 21 pais heterossexuais manifestaram aumento de atividade nos circuitos cognitivos, o que os ajudou a determinar que movimentos do bebê indicavam necessidade de trocar a fralda e quais sugeriam fome.

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