Grupo quer prevenir abuso sexual com tratamento

Veículo: Folha de S. Paulo - SP
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De janeiro a abril, foram mais 34 mil denúncias de abuso sexual contra crianças, segundo a Secretaria de Direitos Humanos. A repressão à pedofilia no Brasil dá passos, como a ampliação do prazo de prescrição para esse crime. Mas há quem defenda um trabalho de prevenção por meio de tratamento, cuidados e apoio dispensados ao agressor em potencial. Um pedófilo não é obrigatoriamente um criminoso. Pode sentir atração por crianças e se manter afastado delas a vida inteira, ou por anos. "Se o tratamento, que envolve terapia e medicamentos, for iniciado no tempo adequado, com técnicas adequadas e por profissionais preparados, melhoras consideráveis e até a cura poderão ser alcançadas", afirma José Raimundo Lippi, psiquiatra e presidente da Associação Brasileira de Prevenção e Tratamento das Ofensas Sexuais.

Pedido de ajuda – Dar o primeiro passo em busca de ajuda é o mais difícil para o pedófilo, já que ele sabe que seu transtorno é socialmente inaceitável e que qualquer confissão pode causar todo tipo de reação. "O pedófilo deve ser convencido de que precisa falar com alguém preparado para lidar com o problema. Quanto mais cedo [procurar ajuda], mais eficazmente podemos ajudá-lo a amadurecer sexualmente", diz o psicanalista francês Jean-Michel Louka. Em São Paulo, o Cearas, no Instituto Oscar Freire, e o Pró-Sex, do Hospital das Clínicas, podem indicar profissionais capacitados.