Impacto econômico da violência infantil chega a US$ 7 tri ao ano, diz estudo
Os impactos econômicos globais e os custos resultantes das consequências da violência física, psicológica e sexual contra crianças pode chegar US$ 7 trilhões ao ano – valor mais alto que o investimento necessário para prevenir a maior parte desses atos. A conclusão é de um estudo divulgado nesta quarta-feira (1º) pela ChildFund Alliance durante seminário internacional em Brasília. Os dados mostram que até 50% das agressões sexuais em todo o mundo são cometidas contra meninas menores de 16 anos, e a estimativa é de que 1,8 milhão de crianças estão sujeitas à exploração sexual e ao comércio de imagens de abuso infantil. No caso da violência física e psicológica, os números indicam que mais de 275 milhões de crianças em todo o mundo estão expostas ao problema dentro de casa, embora as limitações de notificações signifiquem que milhões a mais possam ser afetadas. Outra estimativa do estudo é de que 5,4% das crianças do mundo estejam envolvidas em algum tipo de trabalho considerado perigoso – um total de 85,3 milhões de crianças e jovens com idades entre 5 e 17 anos atuam em setores como mineração, construção civil e agricultura. O documento destaca que os custos globais anuais das piores formas de trabalho infantil são de aproximadamente US$ 97 bilhões, e aqueles resultantes da associação de crianças com forças e grupos armados podem chegar a US$ 144 milhões todos os anos. Para o representante da ChilFund Alliance, Felipe Cala, os resultados obtidos pela pesquisa mostram que a prevenção à violência contra crianças compensa, mas que os gastos atuais em ações preventivas e de resposta permanecem baixos. Ele alerta que esse tipo de violência pode comprometer a capacidade de aprender e se socializar, além de quadros permanentes de ansiedade e depressão. “Poucos governos estabelecem fundos específicos para esse tipo de intervenção e muitos admitem falta de recurso”, disse. “É preciso lembrar que a violência é um obstáculo para o desenvolvimento econômico”, completou.