Inclusão exige mais professores na escola
Toda vez que a professora convocava os alunos para fazer trabalho em grupo na sala de aula, Jéssica ficava fora da divisão. Mesmo quando os colegas aceitavam a presença dela no grupo, avisavam que o nome da colega iria constar no trabalho, mas a aluna, com síndrome de Down, não teria o que fazer no grupo, nenhuma tarefa seria dada à ela. Aos 8 anos, Jéssica era uma menina tímida e não se atrevia a contar para a mãe como era seu dia a dia na escola. A rotina de exclusão só chegou aos ouvidos da mãe, a servidora pública Ana Cláudia Mendes de Figueiredo, de 49 anos, depois que ela contratou uma pedagoga para acompanhar de perto as atividades da filha no ambiente escolar. "Ela me relatava quando acontecia esse tipo de coisa com a Jéssica", conta. Assim como Ana Cláudia, mães e pais de crianças com síndrome de Down defendem cada vez mais a presença de profissionais que atuem como mediadores do aprendizado dos filhos em unidades regulares de ensino. Nesta sexta-feira (21), Dia Internacional da Síndrome de Down, o Correio mostra como essa pode ser uma boa alternativa para a inclusão dos alunos com deficiência.