Instituições tentam aumentar número de famílias acolhedoras no Brasil; prática é alternativa aos abrigos
Trinta mil crianças no Brasil estão afastadas de suas famílias de origem pela Justiça. A maioria vive em abrigos. Apenas 4% delas estão em acolhimento familiar. Mas organizações do país todo tentam aumentar esse número. Em São Paulo, uma instituição está procurando famílias dispostas a receber temporariamente essas crianças em casa, pra dar amor, cuidado e carinho.
Jane Valente é uma estudiosa do acolhimento familiar, que se tornou popular no mundo depois da Segunda Guerra Mundial, como uma alternativa aos abrigos. Ela ajudou a implementar essa política no Brasil nos anos 90.
“Quando uma criança sofre algum problema e precisa receber uma medida protetiva da parte do juiz, ela então é retirada da família. Hoje a legislação brasileira – o Estatuto da Criança e do Adolescente – diz que primeiramente à criança passa a ser oferecida a ela um serviço de família acolhedora”, explica Jane Valente.
Primeiro, a equipe pesquisa se na família biológica tem alguém com condições de ficar com a guarda da criança. A última alternativa é encaminhar para a adoção. Mas enquanto a situação não se resolve, uma família acolhedora pode proteger e cuidar dessa criança.
Pela lei, a criança pode ficar com eles por, no máximo, um ano e meio. A família acolhedora não pode adotar as crianças e nem mesmo estar inscrita no Sistema Nacional de Adoção. No Brasil, o acolhimento familiar ainda é uma política pública pouco divulgada. Tem municípios, inclusive capitais, que não têm nem o serviço disponível. O curso de formação pra se tornar uma família acolhedora dura quatro meses. E começa com aulas online.