Instituto Liberta lança campanha para denúncia de exploração sexual infantil
Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública de 2019, quatro meninas com menos de 13 anos são estupradas por hora no Brasil, mas sabemos que realidade é bem pior do que essa. O fato é que uma parcela ínfima destes casos é notificada e a violência sexual contra crianças e adolescentes infantil é uma triste realidade no país.
De acordo com a Unicef, a violência sexual é a submissão da criança ou adolescente a atos ou jogos sexuais com a finalidade de se estimular ou se satisfazer. A pessoa que expõe crianças ou adolescentes à violência pode usar a força, ameaça ou sedução, palavras ou oferta financeira, favores e presentes. Infelizmente esse é um problema que atinge meninas e meninos em todas as regiões do Brasil.
A violência sexual pode ocorrer em diversos espaços, e em muitos casos essas crianças e adolescentes estão isoladas em casa com seus violadores, uma vez que 71,2% dos casos ocorrem nas residências.
Para quem lida com o tema, é bastante comum ouvir diversas desculpas dos abusadores, como que ele não foi o primeiro, ou que o dinheiro vai ajudá-la. Contudo, é necessário reforçar que são crianças e adolescentes, sem discernimento para consentir e que essa violência pode deixar marcas para toda a vida.
A criança não tem discernimento para entender o que é exploração sexual e, muitas vezes, se submete a ela por necessidade ou por não ter outra opção.
As crianças e adolescentes que são explorados sexualmente vivem uma realidade indigna, que traz consequências traumáticas e quase insuperáveis para suas vidas. Para combater a desinformação, conscientizar sobre o problema, estimular a denúncia, proteger a criança, atuar no melhoramento das leis e da qualidade da informação sobre o tema, o Instituto Liberta vem atuando desde 2016 no Brasil para enfrentar esta realidade.
O Instituto alerta sobre a falta de informação sobre a exploração sexual infantil que gera a naturalização deste comportamento perverso e criminoso. Em pesquisa feita pelo Instituto Liberta em parceria com o Datafolha, foi possível verificar que apesar de 100% dos entrevistados saber que a exploração sexual é crime, apenas 29% dos que já presenciaram uma situação de exploração sexual denunciaram, o que demonstra o quanto este tema ainda não tem importância para a maior parte da população.
#TáNaHora de conscientizar e denunciar
Uma das principais fragilidades do combate ao crime de exploração sexual infantil é a falta de denúncia. Seja por medo, conivência à prática ou falta de informação sobre esse tipo de violência, muitas pessoas não a denunciam, agravando ainda mais o problema. Para facilitar esse processo e educar a sociedade sobre o cenário da exploração, o Instituto Liberta criou a campanha #NÃOSECALE.
Com o objetivo de conscientizar a população sobre o cenário, durante a pandemia foram distribuídas mais de 100 mil máscaras com a mensagem #NÃOSECALE para a comunidade de Paraisópolis e para alunos e professores para o retorno às aulas das escolas da rede estadual.
Para saber mais detalhes sobre a campanha e a distribuição de máscaras, acompanhe as redes sociais do Instituto Liberta. Para denunciar situações de violência sexual contra crianças e adolescentes utilize o Disque 100, ou se preferir, faça sua denúncia via Whatsapp: (61) 99656 5008. Faça a sua parte e proteja as crianças e adolescentes do Brasil.