Jornada escolar maior elevaria desempenho, segundo pesquisa

Veículo: O Globo - RJ
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Jornada escolar maior, educação infantil, valorização do professor e alunos mais motivados são o caminho para melhorar o desempenho dos alunos brasileiros, medido pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), de acordo com estudo da McKinsey & Company lançado na semana passada.

Segundo a pesquisa, a nota do Brasil em Ciências poderia melhorar 19,8% somente com acréscimo de duas horas na jornada escolar. Os alunos que estudam entre três horas e três horas e meia, incluindo nesse grupo quem está na Educação de Jovens e Adultos (EJA), tiveram nota de 343. Os estudantes que têm jornada de cinco horas e meia conseguiram nota de 411. Segundo o estudo, cerca de metade das escolas oferecem menos de cinco horas de instrução por dia no Brasil. Nos países da OCDE, a nota média é de 493. A cada meia hora a mais de ensino diário, a nota sobe 2,9%.

— Esse aumento na jornada seria possível sem investimento em infraestrutura, mantendo dois turnos de aulas nas escolas — afirma Patricia Ellen da Silva, da McKinsey no Brasil e uma das autoras do estudo.

A educação infantil também é outro acelerador na qualidade do ensino. O estudante que recebeu educação na primeira infância tem nota 8% maior do que os alunos que não passaram pela pré-escola.

O papel do professor é outro indicador de qualidade. Se a maioria das aulas é liderada por professores, ao invés da investigação própria do aluno, o desempenho é melhor. A nota pode crescer 13%.

— Temos que empoderar o professor. De todos os fatores que melhoram o desempenho, a qualidade do professor é um dos que mais tem efeito. Um bom professor faz com que o aluno tenha um desempenho mais que o dobro melhor do que um aluno com um professor ruim — afirma Patricia.