Mais de 80% dos adolescentes brasileiros têm rotina de sono desregulada, diz pesquisa
De acordo com um estudo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mais de 80% dos adolescentes brasileiros têm a rotina de sono desregulada.
O motivo, segundo a pesquisa, é um desequilíbrio entre o ritmo biológico natural dos jovens e os compromissos, o que pode trazer consequências à saúde mental e física.
O estudo, realizado com dados de 64 mil adolescentes, aponta que a falta de sono de qualidade reflete na maior chance de surgimento de doenças crônicas, prejuízos cognitivos e comportamentos prejudiciais, como pular o café da manhã, consumir álcool e passar mais tempo diante de telas. As meninas são mais afetadas (86,1%) que os meninos, possivelmente pelas alterações hormonais que intensificam os efeitos da privação de sono.
Segundo Nara Miranda, orientadora educacional, irritabilidade e dificuldade de foco, comportamentos encontrados na população jovem atual, estão relacionados ao descompasso que existe entre o relógio biológico e os horários dos compromissos, como entrar cedo na escola. Oito em cada dez adolescentes sofrem com esse problema.
Lucio Huebra, neurologista e médico do sono, alerta que a falta de horas dormidas durante a adolescência pode aumentar o risco de infarto, AVC e até quadros degenerativos, como Alzheimer.
Especialistas recomendam o incentivo à prática de atividades físicas e alimentação equilibrada nas escolas como ações para resolver o problema, além de campanhas de conscientização sobre a importância do sono.
“É natural que o adolescente precise de mais horas de sono, em torno de nove e dez horas, e que o sono dele aconteça um pouco mais tarde, tanto o horário de dormir quanto o horário de acordar (…) o fato de eles precisarem normalmente acordar muito cedo para ir à escola acaba encurtando muito esse sono. Então, o adolescente não consegue dormir todas aquelas horas de sono que ele precisa”, explica Lucio Huebra.
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