MG: Estudo inédito em BH mostra drama de vítimas de abuso dentro de casa
Conviver com o agressor sob o mesmo teto é um drama comum de crianças e adolescentes vítimas de violência física e sexual. A impunidade e a falta de integração entre órgãos de proteção fazem da vida em família o principal fator de risco para meninos e meninas. Essa realidade cruel é revelada por estudo inédito que analisou processos judiciais de violência doméstica na Vara Cível da Infância e da Juventude de Belo Horizonte. A tese de doutorado defendida na Faculdade de Medicina da UFMG pela psicóloga Rosilene Miranda Barroso da Cruz mostra que em apenas 63% dos casos houve uma sentença cível aplicada ao agressor, como tratamento médico ou afastamento do lar. Em quase 37%, o réu continua perto da vítima. "A condenação do agressor é dificultada devido às deficiências de comunicação entre as instituições. Em muitos casos, não há registro do Conselho Tutelar se a medida do juiz foi cumprida", explica Rosilene, que analisou 77 processos de 134 vítimas e 78 agressores dos anos 2002/2003.