Monitoramento do estado nutricional de crianças e adolescentes no Brasil cai pela metade depois da pandemia

Veículo: Revista Crescer - SP
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Dados nutricionais e de alimentação de crianças e adolescentes no Brasil caiu pela metade durante a pandemia

A cobertura de dados para acompanhamento do estado nutricional e de alimentação de crianças e adolescentes no Brasil caiu pela metade durante a pandemia, aponta pesquisa do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde e da Universidade de São Paulo (USP) publicada em 27 de fevereiro. Na prática, isso significa que atualmente há menos informações sobre o assunto e é mais difícil elaborar um panorama realista sobre o estado nutricional das crianças e adolescentes brasileiros.

A análise foi feita utilizando os relatórios disponibilizados pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), plataforma vinculada ao Ministério da Saúde, entre 2008 e 2021. Neles, são disponibilizados, por município, diferentes indicadores do estado nutricional de crianças e adolescentes, com informações sobre peso, idade e altura de todos os pequenos monitoradas pelo sistema.

Dados nutricionais de crianças no Brasil

Os pesquisadores apontaram que a cobertura dos dados do Sisvan, dobrou de 2008 a 2019, mas retornou a níveis parecidos com 2008 após os dois primeiros anos da pandemia de Covid-19. As crianças cadastradas no Sisvan necessariamente utilizam serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), são mais frequentemente do Nordeste e do Norte e tem até 10 anos.

Crianças que utilizam sistemas privados de saúde não estão cadastradas no Sisvan, por isso, os dados da plataforma não refletem o estado nutricional de todas as crianças e adolescentes brasileiros. O pesquisador Matías Mrejen, um dos autores do estudo, ressalta que, apesar das limitações, manter os dados do Sisvan atualizados é importante para elaborar políticas públicas eficientes. “Eles podem ser muito informativos, desde que sejam consideradas todas as ressalvas necessárias”, finaliza.

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