Mortes de bebês Yanomami supera país com a maior taxa de mortalidade do mundo
A mortalidade de crianças Yanomami antes de completarem um ano de idade em 2020 superou a registrada em Serra Leoa, país que tem o maior índice de mortes de bebês do mundo
A mortalidade de bebês Yanomami antes de completarem um ano de idade em 2020 superou a registrada em Serra Leoa, país que tem o maior índice de mortes de bebês do mundo. Naquele ano, nas terras indígenas, a taxa alcançou 136,7 mortes a cada mil nascidos, contra 78,2 na nação africana.
O dado consta no relatório Missão Yanomami, do Ministério da Saúde, divulgado em janeiro deste ano. De acordo com o documento, as principais causas para a taxa foram:
- Doenças preveníveis;
- Falta de acompanhamento pré-natal pelas mães;
- Falta de assistência médica e remoção de indígenas;
- Desnutrição materna e infantil.
Em 2020, morreram 126 bebês antes de completarem um ano. Entre 2018 e 2022, foram registrados ao menos 505 óbitos dentro dessa população – número que ainda pode aumentar devido à falta de alguns dados de 2021 e 2022.
Existem áreas Yanomami que ficaram desassistidas, uma vez que tomadas pelo garimpo ilegal. Isso significa que a taxa, apesar de elevada, tem boas chances de estar subnotificada.
De acordo com o Condisi (Conselho Distrital de Saúde Indígena), ao menos cinco das 78 unidades no território Yanomami foram desativadas pelas atividades dos garimpeiros.
Entre janeiro e setembro de 2022, 99 crianças menores de cinco anos morreram por causa evitável, sendo 67 menores de um ano.
Em 2022, o baixo peso em gestantes também aumentou, chegando a 46,9% delas. A falta de nutrientes na mãe que está em período perinatal – que vai de 22 semanas de gravidez a 7 dias após o nascimento – implica em más condições de saúde para o bebê, já que impede que ela tenha como suprir as necessidades da criança.