Na esperança de escolas melhores, alunos vão à internet
Uma foto mostra infiltrações deteriorando o teto de uma sala na Escola Estadual de São Paulo, na capital paulistana. Em outra imagem, um professor da Escola Estadual Maria Honorina Santiago, em Santa Rita, na Paraíba, aparece escrevendo de joelhos num quadro negro que se soltou da parede. E, no Rio Grande do Sul, a quadra esportiva da Escola Estadual de Ensino Médio Villa Lobos, em São Leopoldo, é retratada com piso e alambrado bastante danificados. Essas fotos, e muitas outras vindas de diversas partes do Brasil, estão todas no Facebook. Foram publicadas em perfis criados por estudantes que se inspiraram na página Diário de Classe da estudante Isadora Faber, de Florianópolis (SC).
Elogios – Para o economista Gustavo Ioschpe, especializado em economia da educação, a atitude desses jovens tem grande relevância ao trazer à tona informações pouco conhecidas. “A única maneira de descobrirmos a realidade dessas escolas é por meio desses alunos. E isso vai ter um impacto tremendo, já que a sociedade ainda tem uma visão muito opaca e equivocada sobre o que acontece no interior desses locais”. A diretora-executiva da ONG Todos pela Educação, Priscila Cruz, também elogia a mobilização. Para ela, tratam-se de jovens que estão conscientes de como a educação de qualidade é um direito, o que já é um bom sinal de mudança. Agora, cabe aos estudantes não ficarem restritos ao campo das denúncias. “É preciso participar das soluções, discutindo qual o papel de cada um na busca de uma escola melhor”.