No 1º Enem pós-Lei de Cotas, 54% dos inscritos são negros e indígenas
Na primeira edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) após a aprovação da Lei de Cotas, 54% dos inscritos são pretos, pardos e indígenas. Essa proporção é muito próxima à da população brasileira em geral, que é de 51%. O Enem ocorre no próximo fim de semana, dias 3 e 4, com 5.791.290 inscritos. Trata-se da maior edição do exame, que nasceu como avaliação da última etapa da educação básica e se tornou vestibular em 2009. Atualmente, a nota do exame é o caminho de ingresso para quase todas as universidades e institutos federais. Entre os 5,7 milhões de inscritos, 1,5 milhão terminou este ano o ensino médio. Desse grupo, 80% (mais de 1,2 milhão) vêm da escola pública e poderão se beneficiar da reserva de vagas que a lei garante.
Orçamento – Para arcar com os gastos de auxílio-transporte, alimentação, moradia e assistência pedagógica aos alunos de baixa renda que vão ingressar nas universidades públicas com a Lei de Cotas, as instituições precisariam de R$ 2 bilhões. O cálculo é do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis (Fonaprace). O valor é quase quatro vezes superior aos recursos garantidos pelo Programa Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes), do Ministério da Educação (MEC), para o próximo ano – cerca de R$ 604 milhões. "Os recursos atuais de assistência são insuficientes. Não conseguimos atender à demanda de 44% dos estudantes das federais que são das classes C, D e E", afirma Ronaldo Barros, coordenador nacional do Fonaprace.