Olimpíada da Língua Portuguesa quer alcançar 98% das escolas públicas
Foi lançada, na última quinta-feira (25), a 5ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro, iniciativa do Ministério da Educação (MEC), com o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) e a Fundação Itaú Social.
Os professores das redes públicas e estaduais de ensino têm até o dia 30 de abril para se inscrever e até o dia 19 de agosto para enviar os textos de alunos do Fundamental II e Ensino Médio às comissões julgadoras. As inscrições devem ser feitas pela internet.
O programa, que em 2014 teve mais de cinco milhões de participantes e atingiu mais de 90% dos municípios brasileiros, é voltado para o ensino público e busca mobilizar professores para aperfeiçoar o ensino da Língua Portuguesa nas escolas.
Dessa forma, funciona em ciclos de dois anos, que englobam a produção de textos de estudantes no primeiro ano, seguida da formação de docentes a partir de um material cedido pelo programa com cursos, pesquisas, produção de materiais educativos e outras atividades no ano seguinte.
Para este ano, o vice-presidente da Fundação Itaú Social Antonio Matias espera que o programa supere algumas metas. "Queremos bater o recorde de mais de 140 mil professores inscritos e temos a expectativa de que pelo menos 98% dos municípios participem", afirmou no evento de lançamento.
O ministro da Educação Aloizio Mercadante vê a iniciativa como uma oportunidade de melhorar a educação infantil, cujo principal desafio é fazer com que o direito à aprendizagem chegue àqueles que não têm estímulo pedagógico em casa.
"Hoje, uma a cada cinco crianças não aprende a ler o que deveria até os oito anos de idade. Uma a cada três não escreve o que deveria escrever. Uma a cada duas crianças não sabe as operações básicas da aritmética que deveria saber até essa idade. A Olimpíada é um momento extraordinário para o fomento da leitura e da redação", disse.
'O lugar onde vivo'
De acordo com a superintendente do Cenpec, Anna Helena Altenfelder, o tema "O lugar onde vivo", que se mantém desde a primeira edição, busca alcançar escolas, alunos e professores do Brasil todo e conversar com diferentes realidades. "Ele possibilita uma reflexão do aluno sobre o lugar onde vive, possibilita que o professor tenha um conhecimento sobre a realidade dos alunos e com isso desenvolva uma maior empatia com essa realidade", afirma.
Dentro do tema, os professores podem inscrever trabalhos de quatro gêneros: poemas par alunos de 5º e 6º anos do Ensino Fundamental, memórias literárias para 7º e 8º anos, crônicas para 9º e 1º anos do Ensino Médio e artigo de opinião para estudantes de 2º e 3º anos do Ensino Médio.
A avaliação dos textos começa na comissão escolar, que faz a seleção das melhores produções entre 10 e 19 de agosto. Nas etapas municipal e estadual, são escolhidos os 500 trabalhos (125 de cada gênero) que irão para a semifinal. Os grupos divididos por gêneros temáticos participam de encontros regionais, onde recebem medalhas de bronze e livros.
Para a final, realizada em dezembro, em Brasília (DF), são selecionados 152 textos, 38 de cada gênero. Os finalistas recebem medalha de prata, tablet e R$ 350 em vale para a compra de livros. Serão cinco ganhadores de cada categoria, que receberão uma medalha de ouro, além de notebook, impressora e laboratórios de informática para suas escolas.
As comissões julgadoras são formadas por representantes de pais e alunos, membros da comunidade, especialistas de universidades, representantes de instituições parceiras, do MEC e da Fundação Itaú Social.