ONU: crianças que escaparam da guerra sofrem estresse psicológico

Veículo: Correio Braziliense - DF
Compartilhe

Noura, 7 anos, teve que abandonar as bonecas na Síria, antes de fugir para o Líbano. "Papai fez uma boneca com um pedaço de madeira e colocamos algumas roupas nela. Eu realmente amo minha nova boneca, mas sinto falta de meus brinquedos. E de meus amigos", lamenta. Nadia, recém-chegada à Jordânia, se resigna com um futuro sombrio. "Nossas vidas estão destruídas, pois não estamos sendo educadas e, sem educação, não teremos nada. Estamos indo ao encontro da destruição", diz. Cerca de 1,1 milhão de crianças abandonaram o território sírio, mergulhado em uma guerra civil que matou 110 mil pessoas em 32 meses. Deixaram para trás a escola, viram parte de seus sonhos ruir, testemunharam os horrores do conflito e foram obrigadas a conviver com o estresse psicológico e a se submeterem ao trabalho infantil. Pelo menos 3.760 crianças entraram na Jordânia e no Líbano desacompanhados. O inédito relatório The future of Syria – Refugee children in crisis (O futuro da Síria – Crianças refugiadas em crise), divulgado nesta sexta-feira (29) pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), traz um retrato cruel e alarmante.