Os desabrigados da Copa
Uma casa com vista para o mar não é sinônimo de tranquilidade para mais de duas mil famílias cearenses. Comunidades de baixa renda instalaram-se na região do Porto do Mucuripe e agora enfrentam o medo e as consequências de remoções em massa. Parte das famílias construiu as moradias de forma irregular. Os imóveis tornaram-se o empecilho do governo do Ceará para a reforma dos arredores do porto. As obras foram contempladas pelo pacote de recursos destinados à Copa do Mundo. Só o terminal marítimo consumiu R$ 202 milhões, alocados para a expansão da estrutura. Outra obra que causa impacto na cidade é a construção do veículo leve sobre trilhos (VLT). Existem cerca de 20 bairros instalados na linha pela qual o VTL passará. A maioria foi removida, sob protestos e denúncias de uso de violência. Nesta quarta-eira (16), a série "Cais do abandono" relata a situação dos desabrigados na região do terminal marítimo de Fortaleza, uma das áreas mais impactadas pela remoção forçada de famílias, e o impacto dessas medidas na vida de crianças e adolescentes que viviam ao lado da região portuária.