Ouro em corrida com obstáculos
Alunos de escolas públicas reprovadas em avaliações do Ministério da Educação (MEC) estão entre os ganhadores de medalhas de ouro em olimpíadas de Matemática e Língua Portuguesa. Em Sítio do Mato (BA), por exemplo, o estudante Felipe Vieira Costa, de 13 anos, já conquistou três medalhas – uma de bronze e duas de ouro – na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). Ele ficou em 33º lugar, entre cinco milhões de inscritos das séries finais do ensino fundamental, na edição 2012 – os 200 melhores ganham ouro.O bom desempenho de Felipe contrasta com o da Escola Municipal Professor Avelino Nunes Rodrigues, onde estuda. Ela ocupa a posição 29.204, entre 30.842 estabelecimentos públicos, no mais recente ranking do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
Falta de estímulo – O diretor adjunto do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), Claudio Landim, diz que a baixa qualidade do ensino brasileiro não estimula, e é insensível a mentes brilhantes. “É evidente. Isso está acontecendo todo ano. Há muitos alunos brasileiros talentosos que não estão tendo a oportunidade de desenvolver suas aptidões”, diz Landim, que é o coordenador-geral da Obmep.