Pais sem pressa
A infância se transformou em uma corrida rumo à perfeição, e as crianças, em miniexecutivos com agenda cheia de atividades. É o que argumentam os partidários do "slow parenting" (pais sem pressa), movimento que prega justamente o contrário: que as crianças tenham menos compromissos e mais tempo para fazer nada. A ideia, que tomou corpo na Europa e nos Estados Unidos, ganha força aqui. Na semana passada, a primeira edição do "SlowKids", evento em prol da desaceleração da rotina das crianças, levou 15 mil pessoas ao parque da Água Branca, em São Paulo (SP). Na programação, atividades nada tecnológicas: oficina de jardinagem, brincadeiras antigas e piquenique. "As crianças precisam desligar os eletrônicos e interagir mais com os pais", diz Tatiana Weberman, uma das criadoras do projeto e diretora da agência Respire Cultura. Segundo o jornalista britânico Carl Honoré, autor de Sob Pressão (Record, 368 páginas), muitas crianças têm todos os momentos da vida agendados e monitorados.