Papa Francisco visita monumento para bebês abortados na Coreia do Sul
Durante sua visita à Coreia do Sul, o papa Francisco, que tem evitado questões polêmicas como o aborto, visitou no sábado (16) um monumento para os bebês abortados em uma comunidade dedicada a cuidar de pessoas com tipos de deficiências genéticas graves, que são muitas vezes usadas para justificar o procedimento. Francisco abaixou a cabeça em oração diante do monumento – um jardim repleto de cruzes brancas de madeira simples – e falou com um ativista contra o aborto sem braços e sem pernas. Ele também passou uma hora abençoando dezenas de coreanos com deficiência que vivem na comunidade Kkottongnae, fundada por um padre em 1970 para acolher crianças e adultos com deficiência e abandoas por suas famílias. O papa acariciou e abraçou cada um dos moradores da comunidade e parecia satisfeito quando um idoso com paralisia cerebral, Kim Inja Cecilia, o presenteou com um origami feito com os pés. A Coreia do Sul proibiu o aborto em 1953, com exceções para estupro, incesto ou doenças genéticas graves. O Tribunal Constitucional confirmou a proibição em 2012. Ativistas, no entanto, dizem que as autoridades fecharam os olhos ao aborto por décadas até reprimi-lo nos últimos anos, devido à baixa taxa de natalidade da Coreia do Sul, uma das mais baixas do mundo.