Paraná tem 450 crianças e adolescentes aguardando para serem adotados, diz TJ-PR
O Paraná tem, até este sábado (8), 450 crianças e adolescentes prontos para serem adotados, conforme a 1ª Vara da Infância e Juventude e Adoção, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR).
Conforme dados do TJ-PR, 57% dessas crianças não estão em contato com nenhuma família e moram em abrigos. Alguns esperam tanto, que acabam perdendo a chance de conseguir um lar.
Entretanto, a fila de pais e mães que querem adotar tem 2.535 pretendentes. A quantidade seria suficiente pra zerar a fila de meninos e meninas à espera, mas as exigências de muitos dificultam o avanço das adoções.
450 crianças e adolescentes aguardam por uma família no Paraná — Foto: Leonardo Marrone/RPC
Mesmo assim, o Paraná é o segundo estado do país que mais registra adoções. Nos últimos três anos, 1.088 crianças e adolescentes receberam novas famílias no estado.
Adoções no Paraná
- 2019: 505 adoções
- 2020: 508 adoções
- 2021: 75 adoções
Família de Curitiba decidiu adotar Manu, que morava em um abrigo — Foto: Leonardo Morrone/RPC
A enfermeira Liliane Ferreira sempre desejou ser mãe. Ela e o marido Jefferson decidiram ter um filho e tentaram por quatro anos, mas não conseguiram engravidar.
Conforme Liliane, tudo aconteceu exatamente da forma como tinha que ser. Em 2018, o casal decidiu adotar um filho.
Quando pensavam em adotar, eles queriam uma criança pequena. Mas uma visita a um abrigo mudou tudo, e eles decidiram que o filho poderia ter mais idade.
Após a autorização da justiça, eles esperaram nove meses até a chegada da Manu.
“Se teve alguma atitude certa na minha vida, foi ter adotado, foi ter adotado a Manu. Hoje ela ser nossa filha é o maior presente que Deus poderia ter nos dado. Veja se você não precisa quebrar a paradigmas, tabus e enxergar que a maternidade, muitas vezes ela pode vir não da forma como você tá esperando. Assim como eu esperava, que veria da minha barriga, que viria de forma biológica, mas ela também pode acontecer no coração e é maravilhoso”, disse Liliane.
De acordo com a juíza dirigente da Coordenação da Infância e Juventude, Noeli Reback, durante a pandemia, algumas visitas tiveram que ser feitas com ajuda da internet, mas os processos não apararam.
“Houve um avanço muito grande, um aumento inclusive, de meninas e meninos encaminhados. Os direitos precisam ser preservados, os direitos das crianças e do adolescente. E os direitos também inerentes ao poder familiar. Não há burocracia no sentido de que estando apta à adoção, estando juridicamente passivo de adoção, que esse processo se dá muito rapidamente.”