PE: Escola de Olinda se torna cracolândia

Veículo: Diário de Pernambuco - PE
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Os meninos e meninas que estudam na Escola Isabel Burity, em Rio Doce, Olinda (PE), são muito pobres. Vivem em casas precárias amontoadas nas comunidades Beira Mangue e Vila da Cohab. Vão para a escola caminhando, calçados apenas com chinelos e vestidos com a farda doada pelo município. Parte das vezes, seguem em grupos sob um sol escaldante, sem a companhia de adultos. Em meio a esse cenário, as crianças também são proibidas de recrear no pátio. A determinação na Isabel Burity é uma tentativa de impedir que cerca de 300 crianças que estudam na unidade municipal de ensino, que oferece até o 5° ano, encontrem usuários de crack pelo caminho ou se machuquem em meio ao matagal que cresceu em torno do prédio. A regra é em vão. Ao longo do dia, homens e mulheres podem ser vistos pulando o muro lateral da escola para usarem a droga atrás de uma das salas de aula. O corredor onde acontece o uso da "pedra" é repleto de cachimbos para fumar o crack, além de lixo e dejetos humanos. Discussões entre os dependentes também são constantes e podem ser ouvidas pelos alunos. Nada que lembre o ambiente saudável de uma escola dedicada a crianças. Mas estamos na periferia de Olinda. A desigualdade social é latente.

Temas deste texto: Drogas