Pedofilia, um fantasma a ser enfrentado também pelo Brasil

Veículo: O Globo - RJ
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O Papa emérito Bento XVI deixou oficialmente o posto mais alto da Igreja Católica com muitas feridas abertas. Talvez a principal tenha sido o acúmulo de denúncias vinculando padres, e até cardeais, a casos de abuso sexual de crianças e adolescentes. No Brasil, maior nação católica do mundo, casos recentes, como o do padre de São Gonçalo (RJ) flagrado em vídeo com uma adolescente, acendem o alerta que recairá sobre os braços do novo Papa: as denúncias de abuso sexual em templos, de qualquer religião, aumentaram muito de 2011 a 2012. As arquidioceses brasileiras tratam do tema abertamente, mas ainda caminham a passos lentos para enfrentar a questão, de tão espinhosa, provoca correlações nos documentos oficiais entre homossexualidade e abuso sexual.

Denúncias – Levantamento da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, a partir de denúncias recebidas pelo Disque 100, revelou que, em 2011, 147 pessoas denunciaram violação de direitos de crianças e adolescentes em instituições de qualquer tipo de religião. Destas, 102 relataram violência sexual (abuso ou exploração). Em 2012, os registros subiram 89%, chegando a 193 denúncias, de um total de 340 registros que incluem ainda violência física ou psicológica e negligência (como casos de crianças abandonadas que a igreja recebe, sem ter culpa). A base de dados não discrimina a denominação religiosa, apenas separa os casos genericamente como de "igreja".