Progresso em grupo

Veículo: Folha de S. Paulo - SP
Compartilhe

Assim que a cortina desceu e o teatro lotado começou a aplaudir, Wilker Vilela, 12, ficou feliz com a sua estreia nos palcos. "Gostei, é muito bom o calor dos aplausos". Wilker é um dos 21 jovens do projeto Aut, que busca, por meio do teatro, ajudar crianças com autismo a melhorar suas habilidades sociais e a superar dificuldades de comunicação. "Para ser um ator é necessário se expor ao público, esperar a vez de entrar, interagir, passar um certo charme", diz a neuropsicóloga Tatiane Ribeiro, que montou o projeto com a ajuda da também especialista em neuropsicologia Liège Felício, da fonoaudióloga Lais Mazzega e do diretor Deto Montenegro. No início, conta Ribeiro, os jovens não olhavam uns para os outros, apenas para baixo. O som alto, o ambiente apertado da coxia e a expressão das emoções em cada fala foram dificuldades superadas pelos agora atores. Apesar de o objetivo inicial não ter sido uma terapia formal, as aulas de teatro acabaram dando resultados. Esse tipo de atividade em grupo tem sido cada vez mais procurada pelos pais das crianças com autismo, segundo a psicóloga Roberta Marcello, diretora do instituto Priorit, no Rio de Janeiro.