Rede pública tem déficit de 32,7 mil professores
O Brasil tem hoje um déficit de pelo menos 32,7 mil professores no ensino médio, concentrado especialmente na área de exatas, sendo mais de nove mil apenas em física. Mas, ao mesmo tempo, as redes de ensino possuem 46 mil docentes sem formação específica, que poderiam ser capacitados para o ensino e outros 61 mil fora das salas de aula, cedidos para áreas administrativas, em alguns casos até mesmo fora da área de educação. As conclusões são de uma auditoria especial do Tribunal de Contas da União (TCU), apresentada nesta quarta-feira (19) em Brasília. A auditoria, feita pelo TCU e pelos tribunais de contas de 25 estados e do Distrito Federal – as exceções foram Roraima e São Paulo, que não aceitaram participar –, investigou a cobertura, professores, gestão e financiamento do ensino médio. "Boa parte desse déficit poderia ser resolvida com uma melhoria de gestão", afirmou o ministro Valmir Campello, relator da auditoria. Segundo ele, o déficit de professores pode ser ainda maior, já que houve algumas simplificações nos cálculos para evitar um superdimensionamento – por exemplo, professores que dão aulas em duas áreas diferentes foram contabilizados como dois professores.