Rio bate recorde de crianças mortas em tiroteios, mostra levantamento

Veículo: CNN Brasil
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Rio bate recorde de crianças mortas em tiroteios: 25 foram baleadas na região metropolitana da capital fluminense em 2023

Rio bate recorde  de crianças mortas em tiroteiosA região metropolitana do Rio de Janeiro bateu recorde no número de crianças baleadas durante tiroteios no ano passado, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (29) pelo Instituto Fogo Cruzado. Em 2023, 25 crianças foram baleadas na região, e 10 delas morreram. O número é o maior já registrado na séria histórica, que começou a ser feita em 2016.

Ainda nas primeiras horas de 2023, Juan Davi de Souza Faria, de 11 anos, foi morto por uma bala perdida durante a comemoração do réveillon em Mesquita, na Baixada Fluminense. O menino estava na varanda de casa quando foi atingido.

Ele é uma das 25 crianças atingidas por tiros no Rio, número que se iguala à marca de 2018. O ano passado, no entanto, foi mais letal, já que entre os baleados, dez morreram.

Crianças baleadas na Região Metropolitana do Rio, segundo levantamento do Instituto Fogo Cruzado:
  • 2023: 25 vítimas – 10 mortas e 15 feridas
  • 2022: 8 vítimas – 2 mortas e 6 feridas
  • 2021: 17 vítimas – 4 mortas e 13 feridas
  • 2020: 22 vítimas – 8 mortas e 14 feridas
  • 2019: 23 vítimas – 6 mortas e 17 feridas
  • 2018: 25 vítimas – 4 mortas e 21 feridas
  • 2017: 19 vítimas – 7 mortas e 12 feridas

Ainda de acordo com o relatório, 2023 foi o ano com mais vítimas de balas perdidas dos últimos quatro anos. Foram 131 pessoas atingidas, sendo que 42 morreram e 89 ficaram feridas. Entre essas vítimas, 70 foram atingidas durante ações e operações policiais, o que representa 53% dos atingidos. Entre as vítimas atingidas durante operações, 23 morreram e 47 ficaram feridas.

Em nota à CNN, a Secretaria de Estado de Polícia Militar disse que, até o momento, não recebeu as informações sobre o estudo relatado pela reportagem. “Cabe ressaltar que a Corporação considera sempre os dados oficiais divulgados pelo Instituto de Segurança Pública”, diz a nota.

Já a Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) afirmou que “desconhece a metodologia utilizada para a confecção do levantamento citado e informa que as ações da instituição são norteadas com base em dados oficiais do Instituto de Segurança Pública (ISP)”.

Ainda de acordo com a pasta, o indicador estratégico de Letalidade Violenta (que inclui os crimes de homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte, morte por intervenção de agente do Estado e roubo seguido de morte) diminuiu 5% de janeiro a novembro de 2023 no estado, comparado com igual período do ano anterior.

“Quanto às ações da Polícia Civil, todas são realizadas por agentes capacitados, após minucioso planejamento, priorizando sempre a preservação de vidas, tanto dos policiais quanto dos cidadãos. A Sepol acrescenta que a atuação em comunidades é parte das ações de combate à criminalidade e se trata de um trabalho fundamental, uma vez que as organizações criminosas utilizam os recursos advindos com as práticas delituosas para financiar seus domínios territoriais, com a restrição de liberdade dos moradores das regiões ocupadas por elas”, completa.

 

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