RS: As consequências dos laços rompidos
Maus-tratos e abandono afetivo minam a autoestima e podem levar às drogas. A ausência da figura paterna, conflitos domésticos ou a negligência dos responsáveis respondem pela maior parte dos meninos e meninas que perambulam pelas calçadas do Rio Grande do Sul. Um estudo acadêmico demonstra que um jovem que se desliga da família enfrenta um risco 32 vezes maior de resvalar para o vício do crack em Porto Alegre. A ausência do pai ou quando ele está presente mas não se envolve, é complicada porque deixa de existir um modelo masculino, e fica difícil para a mãe trabalhar e controlar os filhos. “Como dizem que é o olho do dono que engorda o boi, é o olho dos pais que educa as crianças”, observa a psicóloga Marli Sattler.
Constatação –Quase 40% dos adolescentes internados na Fundação de Atendimento Socioeducativo do Estado (Fase), conforme levantamento de 2007, viveram afastados do pai. Dos 657 internos à época, 16% nem sequer tinham o nome do pai na cédula de identidade, e outros 21,4% não puderam conviver todo o tempo com eles porque cumpriam pena por algum delito. A estatística não contempla, porém, os casos de maus-tratos ou abandono afetivo.