RS: É preciso educar onde a lei é do silêncio
Silêncio é uma palavra que ganhou novo e preocupante significado no meio escolar. Antigamente, os professores pediam e os alunos atendiam para prestar atenção na aula. Mas, nos últimos anos, a violência que cerca as escolas deu à palavra um tom grave. E até virou lei: a Lei do Silêncio, que impera nas instituições de ensino situadas em regiões marcadas pela violência associada ao tráfico de drogas, em Porto Alegre (RS). O que era uma recomendação para assegurar a compreensão das disciplinas, hoje aterroriza o seu autor: o mestre. Em regiões de conflito na cidade, professores, diretores e funcionários de escolas são ameaçados e amedrontados. Raramente pelos alunos. Muitas vezes, são recados que chegam anônimos. Com 30 anos de magistério, uma professora de 59 anos revela: nas salas de aula de sua escola, as paredes estão pichadas com símbolos de gangues e frases chulas. Além do tráfico pautar conversas entre alunos, há ainda ameaças de agressão.