Síndrome rara e mortal afeta crianças com covid-19 e faz vítimas no Brasil

Veículo: Exame - BR
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Dados da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES) informaram nesta semana que pelo menos sete crianças que contraíram o novo coronavírus e foram diagnosticadas com Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P). Trata-se de uma condição médica considerada rara e grave. Dos casos registrados, três já resultaram em morte.

Ao todo, 22 crianças foram diagnosticadas com a doença no estado. Dessas, 7 já apresentavam quadros positivos para a infecção causada pelo vírus SARS-CoV-2, do novo coronavírus. Os primeiros casos no Rio de Janeiro foram registrados no começo deste mês e havia a dúvida se a síndrome estava relacionada com a covid-19.

A SIM-P ou SMIP, na sigla em português, é uma reação inflamatória grave que afeta crianças. Mais de 300 casos já foram registrados no mundo, com os primeiros diagnósticos realizados em abril deste ano, na Inglaterra. Entre os sintomas estão febre persistente, manchas no corpo, além de manifestações gastrointestinais agudas, como diarreia, vômito ou dor abdominal.

A síndrome tem sintomas semelhantes a doença de Kawasaki. Esta, por sua vez, afeta, principalmente, crianças abaixo dos cinco anos de idade e tem como um dos principais sintomas o aparecimento de aneurismas coronários, no longo prazo. Os pesquisadores ainda estão tentando descobrir se as duas estão ligadas de alguma forma.

Os casos do Rio de Janeiro não são os únicos registrados no Brasil. A doença já havia registrado outros casos no Brasil. Em Minas Gerais, por exemplo, até o início desta eram pelo menos 6 diagnósticos confirmados da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica. Outras duas pessoas contraíram a doença na sexta-feira (14).

O Ministério da Saúde está monitorando os casos em crianças e adolescentes entre 7 meses e 16 anos com o objetivo de “identificar se a síndrome pode estar relacionada à covid-19”. Até julho, 71 casos haviam sido registrados quatro estados: 29 no Ceará; 22 no Rio de Janeiro; 18 no Pará; e 2 no Piauí. Com os casos de Minas Gerais foram registrados em agosto, eles ainda não entraram na conta.

O Ministério da Saúde informou que os casos relatados apresentaram exames laboratoriais que indicaram infecção atual ou recente pelo vírus SARS-CoV-2. Mesmo assim, o órgão ressalta “que estas ocorrências foram raras até o momento, frente ao grande número de casos com boa evolução da doença entre crianças e adolescentes”.

Temas deste texto: Saúde