SP: Alunos estudam e fazem quimioterapia em ‘escola móvel’

Veículo: Folha de S. Paulo - SP
Compartilhe

O Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (Graac), em São Paulo, desenvolveu, em 2009, as chamadas “escolas móveis”. Pela primeira vez, quatro jovens em tratamento farão o exame juntos no Graacc. As aulas da escola móvel acontecem até durante a quimioterapia, dependendo da disposição de cada estudante. São como aulas particulares. O professor encontra o aluno e leva o material didático, que varia entre livros, brinquedos e tablets. Quase 270 alunos participam. "Quando o aluno está na UTI usamos apenas o tablet, que é mais fácil de higienizar", explica Vanessa dos Santos Marques, 25, professora de português. Ela ensina oito crianças por semana. A escola móvel atende também os pequeninos. Alguns nem tiveram tempo de ir à escola.

Professores precisam de formação específica

A vantagem do modelo de escola móvel do Graacc é garantir a inserção da criança na escola mesmo no processo de cura feito no hospital. "O tratamento de câncer em crianças leva uma média de três anos. É muito tempo para ficar fora da escola", diz Amália Covic, coordenadora de uma pós-graduação em atendimento escolar hospitalar da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Os alunos da pós, que dura dois anos, fazem residência no Graacc durante o curso com uma bolsa paga pela Petrobras, que apoia o projeto. Hoje, 50% do orçamento vem de empresas e de doações de pessoas físicas. A outra metade é do Sistema Único de Saúde (SUS). Quase todos os 270 pacientes da instituição estudam. O projeto já atendeu mais de mil alunos.