SP: Caso de jovens mortos pela PM é enviado para a ONU

Veículo: Folha de S. Paulo - SP
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No último dia 7 de setembro, quatro jovens moradores da favela São Remo (zona oeste de São Paulo), dois deles adolescentes, foram mortos por policiais militares. Horas depois, fotos dos corpos dos garotos perfurados por balas foram postadas como troféu em um blog que celebra ações da polícia. Nesta semana, o caso foi parar nas Nações Unidas por meio de um apelo urgente feito pela Defensoria Pública de São Paulo, que acredita se tratar de mais um caso de "execução sumária". O órgão do governo do Estado pede uma investigação imparcial das mortes. Na prática, a ONU pode pressionar os governos paulista e federal para isso e, num segundo momento, encaminhar o caso à Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas. O recurso à ONU, entregue a Christof Heyns, relator especial sobre Execuções Extrajudiciais, Sumárias ou Arbitrárias, foi feito um dia após a divulgação de estudo que aponta que a polícia brasileira matou, em média, seis civis por dia em 2013. "Trata-se de um caso extremamente grave", diz o defensor público Samuel Friedman, um dos autores da ação.Em nota, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo "reafirma que não compactua com desvio de conduta de policiais" e informa que a investigação do caso está sendo acompanhada pelo gabinete do secretário estadual, Fernando Grella Vieira. O documento enviado à ONU afirma que a Polícia Militar abriu um procedimento interno segundo o qual três dos policiais envolvidos nesse caso haviam aparecido algumas outras vezes em procedimentos anteriores sobre mortes de civis.

Temas deste texto: Violência