SP: Crianças seguem exigências acadêmicas

Veículo: Folha de S. Paulo - SP
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Colégios particulares de São Paulo têm exigido que alunos de nove anos que sigam padrões metodológicos previstos na ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) no trabalho escolar. "Por um lado começa cedo a saber das regras, mas acho que é demais, pela idade. Eles não têm tanta maturidade", diz a mãe de um aluno, a funcionária pública Maristela Medeiros Santos da Silva. Pelo menos oito escolas particulares da capital e do interior ouvidas pela Folha adotam a exigência. Na maioria dos colégios, diretores dizem que a necessidade de preparar os alunos para a universidade é o que mais motiva a cobrança precoce das normas acadêmicas. E por precoce, entenda-se crianças de nove e dez anos, das antigas 3ª e 4ª séries.

Especialista – O limite da exigência de regras universitárias deve ser colocado pela faixa etária dos estudantes, na opinião de Maria Márcia Sigrist Malavasi, docente de pedagogia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "No ensino fundamental, na primeira fase, ainda não se pode exigir, [mas] é possível ensaiar esse tipo de exercício". Já para as fases seguintes, a docente afirma aprovar a medida, até mesmo como uma forma de preparar o aluno para o ensino superior. Segundo ela, em países desenvolvidos, as crianças, além de serem estimuladas a ler e frequentar museus, também são orientadas a seguir padrões em trabalhos.

Temas deste texto: Ensino Básico