SP: Emergência pediátrica
A reportagem da Folha visitou 11 dos principais hospitais paulistanos com pronto-socorro infantil. Constatou que a espera média era de duas horas, chegando a seis horas em uma dessas instituições. Uma conjunção de fatores, que vão de razões de mercado até falhas no sistema, origina a demora. Bebês e crianças não estão entre os pacientes mais rentáveis. Entre 2011 e 2013, houve redução de 14% no total de leitos pediátricos na cidade. Na hora de decidir investimentos, hospitais particulares privilegiam doenças crônicas, que demandam mais exames e procedimentos. Outro problema está no fato de as pessoas não utilizarem o sistema da maneira recomendada. Como está implícito no nome, o pronto-socorro (PS) atende casos de urgência. Mas a massificação dos planos de saúde em condições longe das ideais, nas quais a criança seria acompanhada por pediatra fixo e acessível a qualquer hora, converteu o PS em linha de frente do atendimento.