SP: Frente pró-cotas critica projeto das estaduais
Ativistas do movimento negro dizem que o projeto de criação de cotas na USP, Unesp e Unicamp será contestado na Justiça se parte dos cotistas for obrigada a fazer um curso de formação geral antes do ingresso na universidade. O plano foi elaborado pelos reitores a pedido do governador Geraldo Alckmin, como reação à Lei de Cotas federal. A ideia é reservar 50% das vagas para quem cursou todo o ensino médio em escolas públicas. A estimativa é de que 40% dos cotistas farão um curso a distância de dois anos da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp). Eles garantiriam vaga na USP, Unesp ou Unicamp caso atingissem uma média ainda a ser definida pelas instituições.
Inconstitucionalidade – Para o advogado Silvio Luiz de Almeida, ligado à Frente Estadual Pró-Cotas, mandar parte dos cotistas para o curso semipresencial é inconstitucional. "O governo fará uma discriminação negativa, tornando mais cruel a situação de uma minoria", diz. "Se o projeto for aprovado, os movimentos sociais vão aos tribunais. " A frente, que congrega cerca de 70 entidades, lançou ontem (12) um manifesto contra o plano. Os militantes querem a entrada direta dos cotistas nas universidades, "sem etapas intermediárias", e que a reserva de cadeiras pelo critério étnico incida sobre 100% das vagas.