SPSP lança campanha contra álcool e drogas na infância e adolescência

Veículo: Veículo não definido - BR
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Em 2 de julho, a partir das 8h30, durante seu tradicional Café da Manhã com o Professor, a Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) lança oficialmente uma campanha permanente de prevenção e combate ao álcool e às drogas na infância e adolescência. Batizada de “Julho Branco”, tem o slogan “Com consciência, sem drogas”. A jornalista Izilda Alves, que coordena há doze anos a Campanha Jovem Pan Pela Vida, Contra as Drogas, é embaixadora da iniciativa da SPSP.
 
Segundo Claudio Barsanti, presidente da Sociedade de Pediatria, a campanha será uma das prioridades da Diretoria da SPSP, devido à gravidade do problema hoje.
 
“Quando nos aprofundamos nos números e na alta incidência, percebemos o quanto esse quadro é preocupante. Se o pediatra estiver bem informado e atento a esta realidade, será possível diagnosticar com mais efetividade e adotar condutas dirigidas”.
 
A SPSP tem a visão de que o combate eficaz ao consumo de drogas (lícitas ou não) passa obrigatoriamente pelos consultórios dos especialistas. Com o preparo adequado do pediatra, almeja-se instituir um aconselhamento obrigatório sobre o tema. Ou seja, um tempo específico da consulta voltado à abordagem da questão, favorecendo a intervenção preventiva e até curativa dos usuários.
 
Para Izilda Alves, a campanha Julho Branco reforça sua certeza de que a melhor conduta é a prevenção em casos de álcool e drogas.
 
“Devido à relação mais estreita com os pais, o pediatra precisa saber lidar com essa realidade. Sinto-me honrada em fazer parte disto, especialmente por que é a primeira vez que vejo uma sociedade de especialidade médica envolvida com tamanha abnegação na luta contra esta epidemia grave”.
 
“É uma luta contínua, que deve ser realizada dia a dia, em todos os ambientes de convívio dos jovens e familiares, completa a a dra. Lilian dos Santos Rodrigues Sadeck, 1º vice-presidente da SPSP.
 
Aconselhamento sobre Drogas em Pediatria
Para João Paulo Lotufo, coordenador do Grupo de Trabalho do Combate ao uso de Drogas por Crianças e Adolescentes da SPSP, o pediatra, por ser um profissional da linha de frente, deve obrigatoriamente ter bom preparo, um plano de atendimento, uma pesquisa sobre a situação familiar, para então levantar uma discussão saudável, informativa e resolutiva.
 
Dados preocupantes
Devido à iniciação cada vez mais precoce da juventude no universo das drogas, o especialista se depara com um cenário que ainda está longe de seu domínio. Em questionário respondido durante Congresso de pediatras e pneumologistas pediátricos, em 2007, notou-grande desconhecimento dos médicos sobre a questão, incluindo o tratamento do tabagismo.
 
“Nosso objetivo é que as entidades médicas e hospitalares unam forças por esta causa, que é a aproveitar alguns minutos das consultas para transmitir às famílias noções sobre o problema das drogas”.
 
Segundo estudo piloto realizado no Hospital Universitário da USP, na capital paulista, entre os pacientes, o uso do álcool no consumo familiar é bastante elevado (43,5%), seguido pelo tabaco (34,5%), maconha (27,5%) e crack (11,5%).
 
“Reduzir o consumo é imperioso. Precisamos inovar até em como fazer o melhor aconselhamento sobre drogas”, comenta Lotufo.