“Temos que sair desse currículo enciclopédico”
Em entrevista, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirma que a pasta está trabalhando fortemente com secretários estaduais e municipais para concluir um plano para o ensino médio no máximo em julho. “O ensino médio é a maior dificuldade que temos na educação brasileira. É onde o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) mostra certa estagnação. Temos cerca de 8,5 milhões no ensino médio. E nos últimos 15 anos trouxemos cerca de cinco milhões de estudantes a mais. A inclusão é fantástica, mas há ainda 3,5 milhões de jovens de 15 a 17 anos que estão com a idade/série defasada, não estão no ensino médio como deveriam estar. Temos que buscar quem está fora da escola”, declara. De acordo com Mercadante, é necessário oferecer ferramentas de inclusão digital nas redes estaduais, onde estão 88% dos alunos do ensino médio. “Os alunos são digitais e a geração de docentes, em geral, é analógica. A gente está começando pelo professor porque nada acontece em sala de aula sem ele. À medida que o professor liderar o processo de inclusão digital, os resultados vão ser melhores”.
Mudanças – “Temos que sair desse currículo enciclopédico no ensino médio. São de 13 a 19 disciplinas em quatro horas e meia de aula. A nossa proposta é articular as disciplinas em torno das quatro áreas do Enem: matemática, linguagem, ciências exatas e ciências humanas. Se o aluno está interessado no Enem, vamos usá-lo para dialogar com o currículo. Isso aumentará a jornada escolar em, no mínimo, cinco horas. Nunca teremos educação de qualidade se não tivermos tempo integral”.