Trabalho infantil: 47 menores são resgatados em situação ilegal no Maranhão

Veículo: Globo.com - BR
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Os auditores fiscais do trabalho percorreram feiras e lixões de quatro cidades do Maranhão, durante uma semana. Ao menos, 47 crianças e adolescentes foram encontrados em situação de trabalho infantil.

Muitos estavam vendendo comida em feiras e mercados das cidades para, na maioria das vezes, ajudar os pais. No entanto, é nos lixões, em meio a animais como urubus, que está um dos maiores dramas do trabalho infantil.

Flagrantes foram registrados na cidade de Codó, a 200 quilômetros de São Luís.

O trabalho em lixões é considerado uma das piores formas de trabalho infantil. Nesses lugares, crianças e adolescentes estão expostos a todo tipo de riscos ocupacionais e à saúde.

Um adolescente de 17 anos, que passou metade da vida no lixão, falou com a equipe do Jornal da Globo sobre a falta de oportunidade.

“Eu comecei trabalhar por aqui aos oito, dez anos, por aí. Não tem outro emprego, não tem outro emprego menor de idade trabalhar.

No Brasil, é proibido o trabalho antes dos 14 anos. A partir desta idade, é permitido somente como aprendiz e em condições adequadas, com supervisão dos órgãos competentes.

Os auditores fiscais notificaram os prefeitos das quatro cidades a apresentarem soluções para o problema.

As empresas que compram o material reciclável que vem do trabalho infantil também foram acionadas.

“A auditoria fiscal do trabalho, junto com o Ministério Público do Trabalho, Ministério Público Estadual e governo estadual, vai buscar essa solução, e também trazer essas empresas para a solução, para não serem parte do problema, mas, sim, a parte da solução”, explica Eduardo Reiner, auditor fiscal.