Trabalho infantil: desconstruir discursos para garantir direitos

Veículo: O Progresso - MA
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Em artigo, o procurador do Trabalho de Bacabal (MA), Ítalo Ígo Ferreira Rodrigues, declara que “o enfrentamento da exploração da mão-de-obra infantil e adolescente passa necessariamente pela desconstrução de discursos justificadores nascidos no seio da sociedade brasileira e difundidos de tal forma que aparentam verniz de verdades absolutas”. Para ele, esses discursos são frutos de profunda desigualdade econômica e social do Brasil, da ausência de políticas públicas de proteção integral para a infância e adolescência, “que atravessam uma peculiar fase da vida, bem como de uma certa letargia social em se insurgir contra o problema”. Ele cita o que chama de exemplos clássicos de sofismas que justificam a exploração da mão-de-obra infantil: “é melhor estar trabalhando do que roubando”, “eu também trabalhei desde cedo”, “trabalhar é a melhor opção”. Por isso, ele afirma, “é que se afigura essencial a desconstrução dos discursos de justificação, para que se diga e repita quantas vezes forem necessárias que o melhor para as crianças é que elas estejam estudando, brincando e não trabalhando”.