Um País a mercê do turismo predatório

Veículo: Gazeta do Povo - PR
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O Brasil espera um grande movimento financeiro durante a Copa e, antes disso, com as obras de infraestrutura nas 12 cidades-sedes. Mas há uma ameaça por trás de tanta euforia: a concentração de operários nas obras, a grande movimentação de pessoas nos jogos e a circulação de dinheiro representam um risco maior às crianças socialmente vulneráveis. As redes de exploração sexual e de tráfico de seres humanos tendem a se organizar para recrutar mulheres, crianças e adolescentes para uma demanda que certamente crescerá com a vinda de mais de meio milhão de turistas, pelas estimativas do Ministério do Turismo.

Apuração – Durante 45 dias, a equipe da Gazeta do Povo percorreu 10.500 km pela costa brasileira, passando por Rio de Janeiro, Recife, Natal, Salvador e Fortaleza, as cinco cidades-sede da Copa onde crianças e adolescentes estão mais vulneráveis ao turismo sexual. Constatou, por exemplo, que hotéis e pousadas facilitam entrada de garotas sem documentos. Em Salvador e Recife, recepcionista e mensageiro agenciam meninas para turistas. No Rio, um bar sofisticado de Copacabana atende aos turistas que buscam sexo. Em Fortaleza, a concentração e assédio acontecem no calçadão da Praia de Iracema. Em Natal, a aproximação acontece durante o dia, na Praia de Ponta Negra.