Uma vez vítima, sempre vítima
Em artigo, a jornalista Eliane Cantanhêde condena a decisão do STJ de inocentar um homem que estuprou três crianças de 12 anos. O caso ganhou repercussão internacional, com a condenação da Unesco e do escritório da ONU para Direitos Humanos na América do Sul. "O tribunal inocentou o réu e culpou as vítimas, sob o argumento de que as três meninas eram prostitutas. Logo, podem ser estupradas à vontade e sofrer ainda mais violência do que já sofrem? Já seria um absurdo no caso de prostitutas adultas, imagine-se quando se fala de crianças -e de crianças jogadas às ruas, ao desamparo e à infelicidade", traz o artigo. Para ela, a posição do tribunal brasileiro reforça a ideia de que “no Brasil, uma vez vítima, serás sempre vítima”. “A vida, os pais, a escola (ou a falta dela) e o Estado geram e eternizam a injustiça”, aponta ela.