Unesco: um em cada três estudantes no mundo não tem acesso a água potável
O impacto também é forte na desnutrição infantil, já que as escolas não têm água potável para cozinhar para seus alunos
Uma a cada três crianças do mundo não tem acesso a água potável em suas escolas, o que afeta não apenas sua saúde, mas também limita sua capacidade de aprender — informou a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em um relatório divulgado nesta quarta-feira (8).
“Em escala mundial, perto de uma em cada três escolas não tem água potável (…). Uma em cada três escolas não tem instalações sanitárias básicas”, relata o documento intitulado “Pronto para aprender e prosperar: saúde na escola e nutrição no mundo “.
“Quase metade das escolas carece de instalações para lavar as mãos com água e sabão. E o progresso é muito lento”, detalha o texto.
“As crianças de países de baixa renda têm menos probabilidade de frequentar escolas que oferecem esses serviços básicos, e a cobertura é mais fraca na África subsaariana e no Pacífico”, diz.
A falta de infraestrutura impede que as escolas ofereçam “um ambiente seguro que proteja contra doenças, covid, parasitas, doenças respiratórias, diarreia”, observa a coordenadora desta publicação da Unesco, Emilie Sidaner, entrevistada pela AFP.
Isso representa um “desafio” principalmente para as meninas — e, às vezes, também para os professores —, que “não podem ir à escola quando estão menstruadas”, diz a especialista em saúde e alimentação escolar.
Isso dificulta o “acesso equitativo à educação das meninas”, ressaltou Emilie.
O impacto também é forte na desnutrição infantil, já que as escolas não têm água potável para cozinhar para seus alunos, explica.
“É preciso investir mais em água e saneamento”, porque isso permite um “aprendizado de qualidade”, enquanto a fome afeta a concentração e o desejo de aprender, acrescentou.
“Se os alunos não estiverem saudáveis, bem alimentados e protegidos na escola, é mais difícil para eles adquirirem os conhecimentos que podem ser transmitidos”, lamentou a especialista.