Viagem à África vira conteúdo escolar

Veículo: O Estado de S. Paulo - SP
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Quando se fala da África, o principal estereótipo que surge é fome, desnutrição e pobreza. Já se o assunto é a ligação entre o continente e o Brasil, a referência que pode vir à mente é a escravidão no País. Essas comparações e citações simplistas foram e são ensinadas nas salas de aula brasileiras até hoje. Com o objetivo de conhecer o continente a fundo – sem estereótipos –, uma jornalista, pesquisadora de história africana, que viu por diversas vezes esses clichês sendo reproduzidos reiteradamente em livros didáticos, artigos e notícias, pôs em prática um sonho que nutria com o namorado: passou sete meses no continente se deslocando por meio de transporte público por oito países. Juntos, Flora Pereira da Silva, de 27 anos, e o designer Natan de Aquino Giuliano, de 28, criaram o site Afreaka.com.br, um portal de conteúdo multimídia sobre histórias "alternativas e descoladas" do continente. Escolheram o nome Afreaka em trocadilho com a palavra "freak", que no inglês pode significar estranho, bizarro ou excêntrico. "A gente escolheu freak no sentido de diferente, estranho para o nosso olho que está viciado para o clichê", explica Giuliano. A viagem foi feita em 2012, por meio de financiamento coletivo. O casal conseguiu arrecadar R$ 29 mil. O valor permitiu que eles conhecessem África do Sul, Namíbia, Botswana, Zimbábue, Zâmbia, Quênia, Tanzânia e Moçambique.

Temas deste texto: Educação