Violência infantil: 64% dos brasileiros não reagiriam ao ver agressões contra crianças

Veículo: Observatório do Terceiro Setor
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Violência infantil: Pesquisa mostra que pessoas que sofreram violência concordam com o uso de práticas agressivas para educar seus filhos

Violência infantil
Foto ilustrativa: Adobe Stock

O que você faria se presenciasse uma criança apanhando de seus pais? 64% dos brasileiros não fariam nada. O número é resultado do estudoAtitudes e percepções sobre a infância e violência contra crianças e adolescentes no Brasil”, da Fundação José Luiz Egydio Setúbal (FJLES) e Instituto Galo da Manhã, com apoio técnico da Vital Strategies Brasil.

De acordo com o relatório, 25% das pessoas não fariam nada com justificativa de que “cada um toma conta da própria vida”, 25% não tomariam atitude por não saber o motivo da agressão, e 17% gostariam de intervir, mas não o fariam por medo. Os dados apontam a percepção dos brasileiros sobre práticas de violência física como soluções educativas.

Para a gerente da área de Prevenção de Violências da Vital Strategies, Sofia Reinach, o fato de a população brasileira acreditar que não deve se meter em assuntos de família é muito sério.

“A criança tem poucos recursos do que fazer e como se proteger. Então, se a sociedade entende que isso não é dever dela, ao assistir uma violência e não atuar sobre aquela situação, ela está deixando a criança desassistida”.

Mas afinal, quais são os limites entre educar e agredir uma criança? De acordo com o documento “International Classification of Violence against Children”, qualquer ato deliberado, indesejado, nocivo e não essencial contra uma pessoa menor de 18 anos pode ser considerado violência infantil. Ainda assim, 48% da população concorda que uma educação rígida é a melhor forma de preparar as crianças para a vida adulta; 52% da população admite já ter dado um tapa no filho(a) e 38% utilizaram objetos para praticar a agressão.

Além disso, a parcela da população que mais experienciou violências na infância concorda com a prática de agressões com propósito educativo. Segundo Sofia, são necessárias políticas públicas de enfrentamento a este fenômeno intergeracional. “É importante que existam recursos para essas famílias lidarem com os desafios de educar uma criança, e que elas tenham recursos diferentes daqueles que foram utilizados quando elas eram crianças”.

 

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