Visita de palhaços a crianças internadas pode acelerar recuperação, diz estudo
Um estudo identificou que as visitas hospitalares de palhaços podem reduzir, em média, 26 horas no tempo de internação de crianças com pneumonia, assim como diminuir um dia na duração do uso de antibióticos intravenosos.
“Acreditamos que [a atuação dos palhaços] ajuda a aliviar o estresse e a ansiedade, melhora o ajuste psicológico ao ambiente hospitalar e permite que os pacientes participem melhor dos planos de tratamento, como adesão a antibióticos orais e ingestão de fluidos, comentou a Dra. Karin Yaacoby-Bianu do Carmel Medical Center e da Faculdade de Medicina Rappaport, em Israel, quem apresentou o estudo no Congresso da Sociedade Respiratória Europeia (ERS) em Viena.
A equipe acompanhou 51 crianças hospitalizadas com pneumonia com idades entre dois e 18 anos. Para fazer a pesquisa, um grupo recebeu o tratamento padrão da doença, enquanto o outro teve, além do procedimento comum, uma visita de 15 minutos de um palhaço do Projeto Dream Doctors duas vezes ao dia durante as primeiras 48 horas de internação.
Nos momentos de descontração, os profissionais usaram técnicas para relaxar os pacientes como música, canto e imaginação guiada — além de incentivar as crianças a voltar a comer e beber sozinhas.
“Palhaços hospitalares passam por um treinamento específico para trabalhar em centros de saúde. Eles demonstraram reduzir a dor e aliviar o estresse e a ansiedade em crianças e suas famílias durante o tratamento médico, e foram gradualmente integrados em muitos aspectos do atendimento hospitalar”, disse Yaacoby-Bianu.
Como resultado, os pesquisadores descobriram que o grupo que recebeu as visitas durante a internação, em comparação ao de controle, teve uma internação mais curta, em média com 26 horas a menos, e com cerca de um dia a menos de uso de antibióticos intravenosos.
Ainda, foi identificada uma diminuição na frequência respiratória, cardíaca e nos marcadores inflamatórios.
“O riso e o humor também podem ter benefícios fisiológicos diretos, como redução da frequência respiratória e cardíaca, diminuição da retenção de ar, modulação de hormônios e melhoria da função imunológica”, disse a Dra. Karin.
Endossando a pesquisa, o Dr. Stefan Unger, presidente do Grupo ERS de Infecção Respiratória Pediátrica e Imunologia e consultor em Pediatria Respiratória no Royal Hospital for Children and Young People, no Reino Unido, comentou que os benefícios chegam até à área financeira das internações.
“Reduzir o tempo de internação infantil ao adicionar palhaços hospitalares à equipe de atendimento multidisciplinar em casos de pneumonia pode diminuir o estresse físico e emocional em crianças e suas famílias. Também pode reduzir custos e aliviar parte do fardo nos sistemas de saúde”, disse Unger.
O grupo responsável pelo estudo quer produzir mais pesquisas sobre o efeito dos palhaços hospitalares em outras doenças para ver onde eles podem ser mais eficazes.
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