A mídia brasileira e as regras de responsabilização dos adolescentes em conflito com a lei – Parte II: Os autores dos discursos

(2013)

Realização:

ANDI – Comunicação e Direitos com o patrocínio da Petrobras

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Na segunda parte da análise “A mídia brasileira e as regras de responsabilização dos adolescentes em conflito com a lei”, realizada pela ANDI – Comunicação e Direitos, são expostas diferenças e similaridades no comportamento editorial dos veículos, dando visibilidade a características importantes do campo, que não é um bloco homogêneo, mas um verdadeiro ecossistema, composto por diferentes níveis de conhecimentos, práticas e poderes.

E a análise consegue expor esta característica,demonstrando, por exemplo, a clivagem ideológica entre os blocos de veículos de circulação nacional e regional, e a convergência de discurso dos diferentes veículos de um mesmo grupo de comunicação – o que aponta para o risco de homogeneização que o excesso de concentração de poder nesta esfera pode acarretar.

Mais simples que a da primeira parte, a estrutura deste documento resume-se à apresentação de alguns Destaques, seguindo-se os Indicadores quantitativos e alguns Significados correspondentes. Alguns deles:

Destaque 1. Os jornais de circulação nacional lideram o ranking quantitativo do noticiário sobre o tema – de viés nitidamente ideológico.

Destaque 2. Observa-se, porém, uma alternância entre os jornais dos dois blocos: o que mais publicou foi a Folha de S.Paulo (circulação nacional), seguido por O Povo (regional).

Destaque 3. Os diários brasilienses destacam-se pelo menor desempenho quantitativo. Nosdois blocosde jornais, são os que menos publicaram textos sobre o tema.

Destaque 4. Entre as revistas, o destaque quantitativo é de Época. Na sequência está Veja, seguida por IstoÉ e por Carta Capital.

Destaque 5. A maioria dos veículos defende mudanças na legislação, mas o bloco dejornais de alcance regional posiciona-se contra a medida.

Destaque 6. O bloco de veículos que maior disparidade quantitativa demonstra em relação aos posicionamentos favoráveis e contrários a mudanças na legislação é o de revistas.

Destaque 7. Entre todos os veículos, o que apresenta menor diversidade de pontos de vista é a revistaVeja: 100% dos textos trazem posição majoritariamente favorável a mudanças na legislação.

Destaque 8. Nos dois blocos de jornais, o que mais se posiciona em favor de mudanças na legislação é O Globo. A liderança do posicionamento contrário é de um regional: O Povo/CE.

Destaque 9. Além de liderar quantitativamente os blocos de jornais, a Folha de S.Paulo é um dos que mais trazem posição contrária a mudanças na legislação.

Destaque 10. Entre os jornais mais favoráveis a mudanças na legislação, a liderança fica com um jornal de alcance nacional (O Globo, seguido pelo Correio Braziliense).

Destaque 11. No Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão, o posicionamento majoritário é em favor de mudanças na legislação.

Destaque 12. A redução da idade penal é a principal mudança defendida pelos veículos, mas os jornais de circulação regional defendem majoritariamente a manutenção da atual regra.

Destaque 13. Entre os blocos de veículos analisados, o que mais defende a redução da idade penal é, mais uma vez, o das revistas.

Destaque 14. E entre as revistas, novamente, a que mais defende a redução da idade penal é a Veja (Grupo Abril).

Destaque 15. Entre os jornais de circulação nacional, a dianteira na defesa da redução da idade penal é de O Globo, seguindoposição do conglomerado a que pertence.

Destaque 16. Entre os jornais de circulação regional, o Jornal de Brasília (DF)é o que mais defende a manutenção da idade penal, seguindo/puxando a tendência do bloco.

Destaque 17. No Telejornal, a defesa da redução da idade penal tem o mesmo peso que a defesa de manutenção da regra.