Infância na Mídia – 11ª edição

(2001)

Realização:

Esta publicação é uma realização da ANDI e do Instituto Ayrton Senna, com apoio do Unicef, da Fundação Orsa e do Ministério da Educação.

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Primeiras palavras

A começar pelas condições adequadas a uma boa gestação e parto, uma série de variáveis compõem o cenário para que possa ser pleno o que chamamos desenvolvimento humano. Entre tais variáveis, as muitas faces do que é a Educação infantil tendem finalmente a ocupar no Brasil seu devido espaço na agenda das políticas públicas. Recentes mudanças legais, ainda em fase lenta de implementação, inauguram a compreensão de que o atendimento a crianças com zero a seis anos de vida nas chamadas creches e pré-escolas não é uma mera questão de assistência social.

Historicamente concebidas como verdadeiros depósitos de crianças com a única finalidade de “guardá-las” enquanto seus pais (ou mais notadamente suas mães) vão ao trabalho, estas instituições passam a ser consideradas espaços de educação, assim como de seus funcionários passou-se a exigir formação adequada para a missão. O próprio termo pré-escola está em fase de extinção, uma vez que mesmo as creches (zero a três anos) são, ou devem ser, escola. Ao destacar, nesta edição, uma análise sobre como a imprensa brasileira cobre a questão, a pesquisa Infância na Mídia mostra que se a realidade (física e pedagógica) desses espaços é ainda uma “ação pobre para os pobres”, assim também pode-se definir o olhar que os jornalistas lançam sobre o tema – quase que exclusivamente orientado para inaugurações e pela luta dos pais às poucas vagas existentes.

Por esta razão, a ANDI – Agência de Notícias dos Direitos da Infância e o Instituto Ayrton Senna acreditam que a presente análise (construída em aliança com a Fundação Orsa e com o envolvimento de especialistas de outras intituições parceiras), assim como as recomendações que dela podem-se deduzir para jornalistas e fontes de informação (governamentais e não governamentais), são uma contribuição para que a imprensa possa construir uma mudança de ótica significativa o suficiente para que se observe o acesso a esses espaços de educação (e sua qualidade) não simplesmente como uma questão do “direito à vaga”, mas sobretudo como o início de um processo – um berçário, poderíamos dizer – desde a primeira infância, para que todo ser humano possa confirmar o desejo do poeta: gente é pra brilhar!

Agradecemos à Fundação Orsa – uma das maiores referências brasileiras sobre o tema – e ao Unicef, MultiRio e OMEP por terem se juntado à nossa aliança para propiciar a presente análise.

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