Infância na mídia – 13ª edição

(2003)

Realização:

Esta publicação foi realizada pela ANDI em parceria com o Instituto Ayrton Senna e contou com o apoio do Unicef.

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Os desafios da maturidade

Não são muitas as verdades que podem ser consideradas inquestionáveis, quando no foco do debate está o dramático contexto social do Brasil. Esta publicação tem a responsabilida-de de dedicar sua atenção a pelo menos duas delas. A primeira, fundamental, é de que  não há como investir de forma eficaz em justiça social, eqüidade e desenvolvimento humano se não reconhecemos a infância e a adolescência como prioridade absoluta dessas políticas. A segunda verdade, não menos relevante, é de que não se resgata uma dívida de dimensões tão esmagadoras sem uma ampla e continuada mobilização dos mais diversos setores da sociedade – o que só é possível com a participação plena dos meios de comunicação de massa.

Os dados apresentados por esta nova edição do Relatório Infância na Mídia – a mais extensa e detalhada radiografia que a ANDI e o Instituto Ayrton Senna já realizaram – deixam claro que a cada ano se consolida de forma mais significativa, nas redações de todo o País, uma imprensa socialmente responsável e atuante no que se refere às principais questões de interesse das crianças e dos adolescentes. Em 1996, quando foi iniciada essa série de pesquisas sobre o comportamento editorial do jornalismo escrito brasileiro, não eram tantas as boas novas: limitavam-se, na verdade, ao reconhecimento do vasto potencial de contribuição evidenciado pelo volume e pela diversidade temática dos textos analisados, e à garimpagem de alguns poucos exemplos de reportagens cuja densidade investigativa e precisão conceitual indicavam que a mídia já começara a abrir caminhos para responder à urgência e complexidade de nosso quadro social.

Os números relativos a 2002 registram, portanto, uma imprensa em franco processo de amadurecimento. Seja no total de textos diariamente clipados dos 50 principais jornais e 10 revistas do País, que se aproxima rapidamente da marca das 100 mil inserções/ano – em 96, não chegavam a atingir 11 mil –, seja nos diversos indicadores de qualificação da cobertura, como a pluralidade de fontes consultadas, a abordagem mais contextualizada dos fenômenos da violência e a diversidade regional presente nas posições de destaque do Ranking Qualitativo de jornais – inovação metodológica que a ANDI e o Instituto Ayrton Senna pela primeira vez apresentam aos profissionais de comunicação e à sociedade.

Se esse Relatório Infância na Mídia mostra, por um lado, uma imprensa mais madura, por outro evidencia a necessidade de buscar-se alternativas diante de um quadro de crise financeira que vem mudando o perfil das empresas de comunicação – e, por conseqüência, o das redações brasileiras. Esse é o principal desafio hoje colocado para a continuidade do processo de aprimoramento da cobertura que coloca a criança e o adolescente no centro da pauta do desenvolvimento humano.

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