Os Jovens na Mídia – O desafio da AIDS
(2000)
Realização:
Esta publicação é uma realização da ANDI, do Instituto Ayrton Senna e da Unesco, com o apoio do Unicef e da Fundação Odebrecht.
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Apresentação
É num habitat muito específico – os suplementos de jornais e revistas dedicados aos jovens –que a voz dos adolescentes se faz presente na imprensa. Também, é claro, nos programas de televisão, que a cada dia disputam com maior investimento a audiência juvenil.
O que convencionamos chamar “Mídia Jovem” é um universo que consolida sua importância para as empresas de comunicação, os jornalistas, os adolescentes, as famílias e as escolas: entre os 50 mais importantes jornais do país, no início de 1997 tínhamos 16 publicações para jovens, mas em 1999 já eram 26 estes “suplementos”. Juntos, e na soma dos dias em que circulam, a tiragem anual é de 153 milhões e 44 mil exemplares. Por outro lado, as cinco revistas analisadas nesta edição da Pesquisa Os Jovens na Mídia representam uma tiragem anual de cerca de 16 milhões e 350 mil exemplares.
Trata-se de um movimento onde antes de tudo os meios de comunicação e os profi ssionais de imprensa inventam e reinventam suas maneiras de fazer comunicação informativa, atrativa e educativa. Assumem seu espaço de responsabilidade social ao direcionar o foco editorial para questões que importam à formação cidadã de sua “clientela” e o fazem através de uma linguagem que muito bem equaciona objetividade e conteúdo.
É razão para celebração que o universo de análise deste estudo tenha chegado a uma média de 40% de espaço editorial ocupado por temas considerados como de RELEVÂNCIA SOCIAL, e que temas como EDUCAÇÃO estejam ocupando mais e mais espaço.
Da Mídia Jovem nasce uma geração de jornalistas sintonizada com a necessidade de cultivar a ética e a tolerância, pluralizando a expressão de idéias e opiniões – para a Mídia Jovem, “ouvir os dois lados” é muito pouco! Mais que isso, as principais fontes são eles mesmos, os jovens, o que exige uma nova postura jornalística tanto para apurar quanto para publicar informação. Vale ressaltar que muitos dos veículos pesquisados têm conselhos editoriais formados por jovens.
Por isso, seu conteúdo começa a ser um instrumento facilitador das relações entre os jovens e deles com suas famílias. Nas escolas é crescente a utilização das publicações para adolescentes em
sala de aula.
As empresas de comunicação, por sua vez, reconhecem seu papel social e percebem que investir na informação de qualidade para seu público jovem é abrir seu leque para todo um mercado emergente de anunciantes e uma questão estratégica para quem quer cativar o leitor adulto de amanhã.
As reflexões apresentadas pela ANDI nesta edição resultam da aliança entre parceiros empenhados na construção de uma cultura ética de comunicação para a promoção e defesa dos direitos da infância e da juventude. Neste ano, quando comemora-se os dez anos de aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente, reconhecer os avanços e a importância daqueles veículos e profi ssionais que dedicam-se a investigar os sentimentos e os desejos dos jovens parece-nos, no mínimo, uma questão de justiça.
Da mesma maneira, colocar em debate as eventuais deficiências de linguagem ou os casos em que parece haver omissão jornalística sobre questõesvitais para a juventude é a tarefa a que nos propusemos com o objetivo de contribuir com os meios e com os jornalistas para que, nos próximos dez anos, suas páginas sejam ainda mais decisivas para a transformação de consciências e para a construção de um Brasil mais senhor de sua própria história.